Desequilibrado, Brasil sente a pressão e quase aposenta geração do 7 a 1

A eliminação do Brasil nas quartas de final da Copa nesta sexta-feira (6) vai colocar praticamente um ponto final na geração que ficou marcada pela derrota por 7 a 1 contra a Alemanha. Seis dos que sofreram o vexame de 2014 sob o comando de Luiz Felipe Scolari foram à Rússia representar a seleção. Deles, apenas Neymar deve ter chance de voltar em 2022, no Qatar.

Além do camisa 10, Marcelo, Paulinho, Willian, Fernandinho e Thiago Silva foram os remanescentes. O zagueiro e Neymar não estavam em campo no fracasso no Mineirão --o primeiro suspenso, o segundo machucado.

Fernandinho, criticado por sua atuação na eliminação de quatro anos atrás, teve dia desastroso novamente. O meio-campista substituiu Casemiro, principal ladrão de bolas do time de Tite, suspenso como dois cartões amarelos.

O jogador do Manchester City foi mal durante todos os 90 minutos desta sexta. Não fez um desarme certo, cometeu duas faltas, tomou amarelo e ainda levou cinco dribles, o que é o maior número de um brasileiro.

Ele teve azar logo no começo, determinando sua má atuação no restante da partida.

Após cobrança de escanteio, Kompany resvalou de cabeça na primeira trave, a bola pegou no braço de Fernandinho, e Alisson não conseguiu evitar o primeiro gol belga.

A melhor defesa da Copa até então via ali seu maior fantasma aparecer. Pela quarta vez seguida, a seleção foi eliminada após sofrer gol de bola parada na partida decisiva. Antes, o Brasil já tinha sofrido com a jogada por cima nas Copas de 2006 (Alemanha), 2010 (África do Sul) e 2014 (Brasil).

Durante a era Tite, a bola aérea se apresentou como a maior fragilidade. Dos oito gols sofridos pelo Brasil desde setembro de 2016, seis foram após cruzamentos pelo alto.

O único tomado pelo time brasileiro até a partida contra a Bélgica foi também após cobrança de escanteio. Contra a Suíça, na primeira rodada, Zuber cabeceou entre nove brasileiros que estavam perto do lance. Na oportunidade, Tite não considerou uma falha. Ele colocou a culpa no árbitro que não viu um empurrão do zagueiro suíço em Miranda.

Em desvantagem, o Brasil sentiu a pressão. A equipe se lançou ao ataque de forma desorganizada. Os belgas ficaram ainda mais perigosos.

Assim nasceu o segundo gol, em um contra-ataque, após mais uma falha de Fernandinho. Em uma de suas poucas aparições no meio de campo, aos 31 minutos, o volante perdeu a posse de bola para Lukaku no campo de defesa e ficou na saudade quando o camisa 9 se mandou ao ataque e rolou para De Bruyne ampliar.

O melhor ataque da Copa conseguiu com facilidade superar o que era até então a muralha do Mundial. Com os gols desta sexta, a Bélgica chegou ao número de 14 marcados.

Antes dessa, na era Tite, a seleção começara atrás no placar apenas duas vezes. Reverteu uma contra o Uruguai, e perdeu a outra, para a Argentina. Um resultado parcial de 2 a 0 jamais foi revertido em uma Copa, quando obtido antes do intervalo.

Enquanto o time brasileiro tentava o feito inédito de reverter o resultado, o trio formado por De Bruyne, Lukaku e Hazard fazia o que queria com a defesa brasileira.

O equilíbrio pedido por Tite não existia em Kazan. A "rebeldia tática" imposta pelo técnico rival, Robert Martínez, era implacável.

Na volta do intervalo, a seleção mudou. Tite colocou Roberto Firmino no lugar do apático Willian. O Brasil se jogou ao ataque no 4-4-2, com Coutinho pela esquerda, Jesus pela direita, Neymar e Firmino na frente. Mesmo assim, a Bélgica dominava a partida.

A partida só ficou um pouco melhor para o Brasil quando Douglas Costa entrou no lugar de Jesus e depois com a entrada de Renato Augusto na vaga de Paulinho.

O ex-corintiano foi um dos melhores em campo, mesmo tendo jogado apenas pouco mais de 20 minutos. O meia aproveitou o cruzamento de Coutinho e fez de cabeça, aos 30 min do segundo tempo.

Quatro minutos depois, Renato Augusto teve a chance de salvar o Brasil da eliminação e por centímetros não conseguiu. Ele recebeu passe de novo de Coutinho, na entrada da área, sozinho, bateu para fora, do lado de Courtouis.

O final foi dramático. Nervosos, diversos familiares e amigos dos jogadores deixaram as arquibancadas do estádio de Kazan e foram acompanhar o restante da partida em uma televisão, do lado de dentro da arena.

Voltaram para acompanhar os minutos finais e viram Neymar quase marcar, o que seria sua redenção em um Copa que fez pouco e não brilhou. Mas não deu para a seleção.

Desde 1986, a Bélgica não chegava numa semifinal de Mundial e pode conseguir o título inédito. Eliminado, o Brasil volta mais cedo para casa, longe do hexacampeonato.

Neymar ainda terá tempo para em 2022 fazer o que não conseguiu na Rússia. Estará com 30 anos. Já Fernandinho, na Copa do Qatar, será veterano, com 37 anos, assim como Thiago Silva. Paulinho e Willian, também com poucas chances de irem ao próximo Mundial, terão 33, e Marcelo, 34.

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