Crise força brasileiro a falar mais de finanças em casa e a planejar contas

A crise tem levado as famílias brasileiras a falar mais sobre finanças em casa.

Pesquisa do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) e da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) junto ao Banco Central mostra que 85% dos entrevistados conversam em casa sobre orçamento.

A metade deles (51%) fala do assunto com frequência. O total cresceu sete pontos percentuais em relação a 2018 —a pesquisa foi divulgada em abril. Só 15% não abordam o tema.

O vendedor de autopeças Marcos Roberto Pedrão, 47, admite que não falava muito de dinheiro em casa.

"A gente acabava gastando mais do que tinha por causa de algum passeio ou viagem, mas, com a crise, resolvemos colocar tudo na ponta do lápis", conta ele, que se organiza com a mulher.

"Um de nós fica responsável pelas contas fixas [água, luz, telefone, por exemplo], e o outro, por mercado e passeio. Neste ano, a saída foi fazer uma planilha para os gastos", afirma Pedrão.

"Se fazem compras no cartão de crédito, é preciso fazer análise da fatura, não só conferi-la, para entender gasto por gasto", diz José Vignoli, educador financeiro do SPC Brasil. 

Segundo ele, não há idade para ensinar as crianças.

A professora Fabiana Alves de Souza, 34, começou cedo a falar de dinheiro com a filha Lara de Souza Domingos, 5. 

"Agora ela já entende que, para ela conseguir alguma coisa, precisa do dinheiro, que vem do meu trabalho e do meu marido", diz.

"Quando ela tinha três anos e meio, ganhou um cofrinho, que a família toda ajudava a encher. Abrimos no fim do ano e dissemos que ela poderia usar o dinheiro para comprar o presente de Natal."

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