Corinthians cresce e Palmeiras estaciona

O final do primeiro tempo teve quatro jogadores do Palmeiras cercando o árbitro Anderson Daronco. Mais um sinal de que, quando joga em Itaquera, quem se veste de verde preocupa-se mais do que deve com o árbitro. 

Quando o assunto foi o jogo, o Corinthians engoliu o Palmeiras nos 45 minutos iniciais, com suas linhas defensivas separadas por doze metros e um terço dos desarmes no campo de ataque.

Felipão chegou a mandar bilhete para Weverton, revisando o posicionamento do time na saída de bola, porque o Palmeiras passou minutos seguidos sem superar o bloqueio do ataque corintiano entre a grande área de Weverton e o meio de campo. Queria Bruno Henrique escapando pela esquerda, ao lado de Dudu, pelo meio. Não funcionou.

Verdade que os primeiros dez minutos tiveram duas chances concretas do Palmeiras, uma delas com Willian obrigando Cássio a espalmar e ver a bola cruzar a pequena área. No contra-ataque seguinte, Diogo Barbosa fez falta em Pedrinho. Sornoza cobrou na cabeça de Manoel.

Se o Palmeiras faz um terço de seus gols em faltas e escanteios, também os leva assim. Foi o quinto sofrido em cobranças assim.

Para muitos, ficou a pergunta sobre a razão de Fábio Carille optar por Sornoza em vez de Mateus Vital. Os passes em bolas paradas representam um dos motivos. O equatoriano deu seu décimo passe para gol no ano. Na soma do ano inteiro, perde apenas para Dudu.

O camisa 7 do Palmeiras não deu passe para o gol de empate, mas sofreu a falta que originou o cruzamento de Deyverson e a cabeçada de Felipe Melo, no início da segunda etapa. 

Felipão trocou Veiga por Scarpa para ter mais bola no pé. A questão não parecia ser essa, porque no primeiro tempo o Corinthians teve só 38% de posse. Ocorre que o Palmeiras não conseguia, até o empate, trocar passes onde importa, o campo ofensivo. Seguiu com o mesmo problema e sequências de erros de passe.

O Corinthians está mais bem estruturado depois da Copa América e é incrível como Pedrinho leva o time pelo lado direito. Mas passou a esbarrar mais na marcação palmeirense, bem postada e mais agressiva depois do intervalo. 

Os corintianos trabalhavam a bola, mas infiltravam pouco. Os palmeirenses, no velho estilo Felipão, ganhavam jardas. Uma falta, um escanteio, um cruzamento... uma grande defesa de Cássio, em cabeceio de Gustavo Gómez, aos 28 minutos da segunda etapa.

O problema é que os times de Felipão são bons quando finalizam muito e, depois da parada, chegam pouco. Apesar da movimentação dos três meias, as chances concretas quase só acontecem nas faltas nos arredores da grande área. 

No final da partida, teve oportunidade de vencer em contra-ataques. Em impedimento, Zé Rafael chutou na trave. Na sequência, Dudu puxou, mas errou o passe que poderia deixar Zé Rafael frente a frente com Cássio.

No melhor momento da temporada, nas nove primeiras rodadas, o Palmeiras chutava muito a gol e tinha excelente aproveitamento. O Corinthians, o que menos chutava a gol, passou a ser um dos mais perigosos nesse quesito após a Copa América.

Apesar da igualdade, neste momento da temporada o Corinthians cresce e o Palmeiras estaciona.

TRICOLOR EMPOLGADO

A empolgação justifica-se pela contratação de Daniel Alves, mas o melhor é aguardar. Contratações de peso não faltaram no Morumbi nos últimos tempos. Ganso, Kaká, Hernanes, Luís Fabiano, Nenê. Montar um time campeão não se faz apenas com reforços, mas com trabalho para transformá-los em grande equipe.

PRESSÃO SANTISTA

A goleada do Santos sobre o Goiás, por 6 x 1, a maior do Campeonato Brasileiro, teve a pressão como característica. Dos 27 desarmes santistas, cinco foram no ataque, mas sempre com sete jogadores depois do meio de campo para recuperar a bola na frente, o Santos forçava o Goiás ao erro. 

Source Link

« Previous article Senadores temem que Alcolumbre deixe posição de autonomia em relação a Bolsonaro
Next article » Minerando o sono