Contra imigração, Hungria isenta de imposto mulheres com ao menos 4 filhos

Em seu discurso anual, no domingo (10), o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, anunciou empréstimos e benefícios fiscais para combater a retração na taxa de natalidade do país, se opondo à imigração como resposta para a queda demográfica.

“Há cada vez menos crianças nascidas na Europa. Para o Ocidente, a resposta é a imigração. Para cada criança que faltar, uma deve entrar e os números fecham. Mas nós não precisamos de números, precisamos de crianças húngaras”, afirmou o premiê, alvo de censura da União Europeia por causa de suas políticas anti-imigrantes.

Entre as medidas anunciadas por Orbán estão a isenção do imposto de renda a mulheres com pelo menos quatro filhos e a expansão do programa de empréstimos para a compra de imóveis a famílias com pelo menos dois.

Outro programa prevê empréstimos com juros subsidiados de até 10 milhões de florins húngaros (cerca de US$ 36 mil, ou R$ 134 mil) para mulheres abaixo dos 40 anos que se casarem pela primeira vez —com proposta de abatimento de um terço da dívida após o nascimento do segundo filho e da totalidade após o nascimento do terceiro.

O governo não informou a estimativa de custo das medidas. Segundo o chefe de gabinete de Orbán, Gergely Gulyas, ele seria financiado pelas reservas nacionais ou excedentes do orçamento para 2019. Em seu discurso, o primeiro-ministro também expressou sua intenção de manter o crescimento econômico húngaro dois pontos percentuais à frente da média da União Europeia

A fala de Orbán foi recebida por protestos de centenas de manifestantes diante do palácio presidencial, no Castelo de Buda, e pelo bloqueio de uma ponte próxima sobre o rio Danúbio.

No poder desde 2010, Orban foi reeleito em abril de 2018 com discurso nacionalista, anti-imigração e hostil à União Europeia, projetando-se como o único defensor dos valores cristãos húngaros frente à invasão de muçulmanos e chegando a afirmar que o bloco europeu assiste de braços cruzados a invasão do continente.

Orbán tem entrado em conflito frequente com Bruxelas à medida que estabelece um sistema que seus críticos veem como autocrático, aumentando seu controle sobre a Justiça e a imprensa. O Fidesz, seu partido, disputará neste ano eleições locais e do parlamento europeu. A sigla lidera as intenções de voto apesar dos recentes protestos contra mudança na legislação trabalhista que prevê 400 horas extras de trabalho, apelidada pelos opositores de “lei da escravidão”.

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