Conhecendo a kale

Pois é, foi o que resolvi. De agora em diante vou prestar muita atenção no que como e vou parar de me queixar por não saber os nomes das batatas, das goiabas, das farinhas, das couves e seja lá o que for.

Comecei com a kale, que comprei, achei uma folha bonita, mas na hora de comer era meio sem graça, me decepcionei. Acontece que no dia seguinte comi de novo, quentinha, temperada e com um pingo de azeite e ela cobrara gosto, estava saborosa, com um pão rústico ao lado, e um embutido espanhol apimentado que uma amiga me deu cortado em rodelas.

Acho que descobri. Esses verdes saudáveis precisam ser ajudados, tipo com uma maionese sabor pequi... Impossível gostar daquilo que vem ruim para seu prato. Só com muita fantasia se adora um repolho cozido n'água. Pode ser que chegue o dia e é desse dia que estou indo atrás.

E pelo que você lê da couve frisada, que é a kale, se deixar de comer morre amanhã, é como aqueles anúncios antigos de fazer crescer o cabelo, um escândalo, você dormia careca e acordava de tranças!


 
Os amigos do Facebook ajudaram muito.

A Denise conhece como kale e até planta, no Uruguai. Mas, Denise, temos que dar nome aos bois e às kales... E ainda por cima diz estar apaixonada. Dizem que a plantação é linda mesmo, parecem palmeirinhas no deserto.

A Yara Castro Roberts comia muito na França, nos mercados africanos, e diz que é popular em Nova Orleans. Yara é de Paraty. Dá aulas de comida brasileira para os estrangeiros que aportam por lá.

Muitos responderam que o nome é "cavolo nero", e é mesmo, é uma das espécies. Henrique Matulis, do Canadá, deu uma dentro. Jamais pensei que ele soubesse! "Acho que em Portugal chamam de couve crespa." 

A Claudia presta muita atenção nas coisas que faz e que come, eu sei. Acha parecida com a nossa couve, mas amarga. Ela mora nos EUA. Aconselho a ela a deixar na água salgada uns tempos antes de fazer, que o amargo se vai...

A Adriana Boischio nem ligou para essa história de nomenclatura, está é comendo muito dela e das alcachofrinhas também, que estão na época. Faz as duas no forno, assadas.

E a Serena faz massagem nelas antes de comer, essa nunca tinha ouvido falar...

A Marisa planta no sítio com a semente vinda de fora, toma como suco e sabe que no forno é uma especialidade. Mas ninguém achou nada tão interessante como a Ana: um projeto inteiro e ainda um áudio livro!

E Iride descobriu as chips que são famosas, adora kale chips, e informa que uma empresa do Rio, a Greenpeople, faz um ótimo! E as chips são vendidas em vários supermercados e me mandou um link da empresa. Essa Greenpeople é especialista em kale, mas a kale fresca e orgânica ela compra da Orgânicos Capela da Penha, um dos primeiros a plantar e comercializar no Brasil –eles possuem a verde e a roxa. 

"Eu adoro refogada com alho e óleo e salpicada ou de queijo ralado e ou de castanha do Pará." E Heinar Maracy pôs um ponto final. "Couve crespa! Já encontrei na feira da Aclimação!" Achei bom esse nome, porque afinal somos nós que a vamos batizar. Em espanhol é col risé. O Smeraldi vai fazer uma ribollita com ela hoje, imagina a gostosura.

Nota ao pé da página. Foi batizada por nós como couve frisada, é a rainha dos vegetais crucíferos, filha do repolho como o são os brócolis, o bokchoy e a couve-de-bruxelas. O nome de família é Brassica Oleracea. Faz parte do grupo acéfalo, sem cabeça, tem folhas, mas elas não se juntam formando uma cabeça. Variedades? Umas 50, Cavolo Nero, Lacinato, Kamome, Redbor, Red Russian...

Quem descobrir receitas, por favor, pode ir mandando. Vamos nos empenhar em conhecer nossas comidas. Ah, uma de vocês disse que é uma delícia com farinha de milho. Deve ser mesmo, cortadinha como couve e com farofa...

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