Colecionador de tênis da moda, Mbappé é 'fera hype' e banquete para grifes

​Kylian Mbappé, 19, é o novo ‘hype’ do futebol. O bom desempenho da França nesta Copa da Rússia e a contratação do atacante pelo Paris Saint-Germain só aumentaram o passe do futebolista nos campos e, agora, também na moda.

Além da atuar nos estádios, Mbappé é um “hype beast” (ou uma “fera hype”), alcunha criada pela moda para classificar os clientes aficionados por tênis especiais de grifes esportivas que não podem ver um lançamento na vitrine e já saem comprando. No caso dele, comprando e ganhando.

Em março, a Nike convidou o jogador para o lançamento de uma chuteira criada pelo estilista Virgil Abloh, fundador da Off-White e atual diretor criativo da divisão masculina da Louis Vuitton.

O designer é espécie de deus entre os maníacos por tênis e, para a ocasião, personalizou um modelo laranja com o nome de Mbappé, que, por sua vez, retribuiu o presente usando o par no confronto final da liga francesa do qual sua equipe saiu vencedora.

Objeto de perfis que mostram seus looks casuais, bem ao estilo relaxado de butique, o jogador é visto com vários modelos de colaborações raras disputadas pelos “feras”.

Uma delas é o Air Jordan 1 customizado pelo mesmo Virgil Abloh, esgotado em todas as lojas e vendido a preço de diamante pelos “feras”. Em maio, ele usou um par azul e vermelho fruto da colaboração entre a Nike e o rapper britânico Skepta.

Essas características o fizeram garoto-propaganda da marca esportiva e o colocaram no topo das promessas para a nova temporada de publicidade das marcas masculinas. 

O interesse da moda pelos astros do futebol não é recente, mas só agora as escolhas das etiquetas estão mais diversificadas que as do início da década.

Até o início dos anos 2000 eram o cabelo loiro de David Beckham, o corpo esculpido de Cristiano Ronaldo e a testa franzina de Zidane que dominavam as campanhas.

Com altura (1,78 m) e corpo para foto, Mbappé é um banquete para a indústria fashion porque acessa uma parcela de consumidores que embasa as estratégias futuras das etiquetas: a geração Z.

Comparado aos colegas de bola, mais velhos e afeitos a grifes tradicionais, ele reproduz fielmente o modelo desses jovens nascidos no final dos anos 1990 e tidos na publicidade como próxima força de consumo da indústria.

Segundo os gurus de tendências, essa nova juventude gosta de exclusividade e marcas comprometidas com personalização, problemas sociais e propósito. No quesito imagem pessoal, também seria um público mais sóbrio do que sempre enfeitado “millennial”.

Em premiações como a última de melhor do mundo da Fifa, em outubro, enquanto os bordados de ouro atraíam as câmeras, o vencedor do prêmio “garoto dourado” subia ao palco em um costume clássico com gravata fina.

Depois, em dezembro, o jogador criou outro personagem e platinou os cabelos. Mas logo escondeu a tintura amarela quando viu que não poderia tirar do colega Neymar a bola de camaleão do PSG. 

Se continuar nesse ritmo, Mbappé tirará, sem teatro algum, uma bola mais importante, dourada e genuína do que uma tinta de cabelo.

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