Cessar-fogo se mantém após dia de intensa luta de Israel e Hamas

As forças armadas israelenses suspenderam suas restrições ao longo da fronteira com Gaza neste domingo, indicando que aceitaram um cessar-fogo mediado pelo Egito que encerrou uma rodada de 24 horas de combates com militantes do Hamas que ameaçaram se transformar em uma guerra.

As forças israelenses fecharam uma praia popular e colocaram limitações em grandes reuniões,  em meio a dezenas de foguetes que foram disparados de Gaza. Mas depois de várias horas de calma, os moradores puderam retomar suas rotinas diárias.

No sábado (14), um ataque aéreo israelense destruiu um prédio vazio de vários andares na faixa de Gaza, matando dois adolescentes que passavam perto, disseram autoridades locais de saúde, e militantes palestinos dispararam dezenas de foguetes em direção ao sul de Israel.

Foi uma das mais sérias espirais de combates desde a guerra entre Israel e Gaza em 2014, mas o porta-voz militar de Israel, brigadeiro Ronen Manelis, disse que é prematuro dizer se os episódios deste sábado anunciavam o início de uma campanha mais ampla contra militantes no enclave, dirigido pelo movimento islâmico Hamas. 

Os militares disseram que várias bombas de morteiro foram disparadas mesmo depois que o Hamas anunciou o cessar-fogo, enquanto as sirenes alertavam que os projéteis que chegavam soaram em Israel durante a noite novamente. Os militares atacaram o lançador de morteiros no domingo, mas a calma se manteve, com nenhum dos dois lados ansioso para retomar as hostilidades.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que Israel não aceitaria um cessar-fogo a menos que incluísse o fim de todas as hostilidades de militantes, como as pipas incendiárias e os balões de Gaza que devastaram terras agrícolas e reservas naturais israelenses próximas.

"O exército israelense fez o maior golpe contra o Hamas desde a guerra de 2014. Espero que eles tenham recebido a mensagem. Se não, eles receberão mais tarde", disse ele na reunião semanal de gabinete.

A polícia do Hamas anunciou uma explosão neste domingo em uma casa na Cidade de Gaza que matou pai e filho, com idades entre 35 e 13 anos. Por ora acredita-se que a explosão tenha sido acidental,  relacionada a pilhas de explosivos de ações militantes. O Hamas disse que investigaria.

A tensão na região vinha aumentando desde sexta-feira (13), quando tropas israelenses mataram um adolescente palestino durante protestos na fronteira de Gaza, onde manifestações semanais palestinas --incluindo tentativas de romper a cerca da fronteira de Israel -- têm envolvido munição letal.

O enviado da ONU ao local, Nickolay Mladenov, pediu calma aos dois lados do conflito.

"Ontem estávamos à beira da guerra, e foram necessários esforços conjuntos de todos para nos certificarmos de que vamos interromper o confronto", disse Mladenov em Gaza. "Todo mundo precisa dar um passo atrás."

Israel tem alertado o Hamas de que, embora não tenha interesse em exacerbar as hostilidades, não tolerará os contínuos esforços dos militantes de Gaza para romper a fronteira e sua campanha de ataques incendiários contra as comunidades fronteiriças de Israel.

Os protestos de fronteira liderados pelo Hamas visam em parte chamar a atenção para o bloqueio israelense-egípcio imposto depois que o grupo assumiu o controle de Gaza em 2007. Mais de 130 palestinos foram mortos por disparos israelenses desde que os protestos começaram em 30 de março.

Com Israel focado nos esforços para impedir que o Irã estabeleça uma base militar permanente na vizinha Síria, tem sido cauteloso com a escalada da violência em Gaza. Netanyahu também foi pressionado pelas comunidades do sul  sob o fogo de foguetes de Gaza.

O Hamas, por sua vez, tem tentado romper com seu isolamento e destacar as dificuldades da faixa empobrecida sem invocar a ira total de Israel.

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