Candidaturas olímpicas de inverno colocam suas propostas na mesa

A escolha da sede dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2026 continua atormentando a cartolagem do COI, o comitê internacional que organiza e controla a competição.

Termina nesta sexta (12) o prazo para que as cidades interessadas entreguem suas propostas para as avaliações finais da entidade. A votação para apontar a vencedora está programada para 24 de junho.

Há apenas duas inscrições no páreo: a italiana Milão-Cortina d'Ampezzo e a sueca Estocolmo. Uma disputa dos sonhos, deslumbrante. As concorrentes dispõem de natureza atraente e infraestrutura suficiente para abrigar bons Jogos. Certo?

Para o COI, que tenta dar a volta por cima na queda de interesse para receber seus grandes eventos –as Olimpíadas de Verão e as de Inverno–, a mera existência de mais de uma candidatura, caso sejam mantidas,  representa um imenso alívio.

 

O patamar alcançado pelos Jogos Olímpicos nas últimas décadas passou a provocar gastos exorbitantes, um obstáculo para possíveis candidaturas. Diante do problema, o COI tenta contornar as dificuldades com a redução das exigências para a organização das competições.

Os projetos italiano e sueco foram traçados sob orientações das novas regras do COI, que passaram a permitir amplo reaproveitamento de instalações já existentes e também de praças esportivas temporárias (desmontáveis após as disputas). É uma forma de redução de custos. Neste quesito entram instalações utilizadas em eventos mundiais de várias modalidades.

A proposta de Milão-Cortina tem contado com o incentivo do governo italiano, que manifestou publicamente o seu apoio. Estocolmo, por sua vez, mantém a campanha e continua aguardando o respaldo governamental.

Os dois comitês planejam tocar seus planos com orçamentos inferiores aos dos Jogos de Inverno de PyeongChang-2018, na Coreia do Sul, e da próxima sede, Pequim-2022, na China. As Paraolimpíadas, controladas pelo CPI (Comitê Paraolímpico Internacional), estão no mesmo pacote.

O cenário atual é uma repetição. A campanha anterior da Olimpíada de Inverno teve apenas duas concorrentes, a vencedora chinesa Pequim e a azerbaijana Baku. A cartolagem optou pela segurança de os Jogos não fugirem do controle, engolidos por dificuldades de organização.

Pesou a experiência acumulada pelos chineses nos bem-sucedidos Jogos de Verão de 2008, além da confortável situação econômica do país e do aval do forte e poderoso governo da China. Várias instalações da Olimpíada de 11 anos atrás estão no projeto.

O patamar alcançado pelos Jogos Olímpicos nas últimas décadas, que provoca gastos exorbitantes, passou a ser um obstáculo para possíveis candidaturas. Diante do problema, o COI tenta contornar as dificuldades com a redução das exigências para o organizador da competição.

Embora mais atraente e relevante, a Olimpíada de Verão não escapou da crise. Temporariamente, o COI amenizou o impacto do impasse com a indicação simultânea de duas sedes, Paris-2024 e Los Angeles-2028.

A estratégia foi garantir o interesse de ambas, que concorriam entre si para sede do primeiro evento. A derrotada, provavelmente, não toparia uma nova candidatura.

Abriu-se uma exceção nas regras, apontando numa mesma oportunidade as sedes de eventos consecutivos. Nada de riscos. Como atrair outras concorrentes de tal envergadura?

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