Atraso para nomeações no Cade empaca 70 operações no Brasil

Enquanto governo e Senado não resolvem o atraso na nomeação de novos conselheiros do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), o número de operações de fusões e aquisições congeladas no país só cresce. O saldo de negócios parados bateu em 70 nesta sexta-feira (2). Em meados de julho, eram 40. Na última quinta (1º), o presidente Jair Bolsonaro decidiu retirar a indicação de dois nomes que haviam sido apresentados para preencher as vagas.

Cadeiras vazias O Cade tem neste momento quatro assentos vagos em seu tribunal e, portanto, não consegue quórum para julgar as operações. Também não tem integrantes suficientes para consumar o que já foi aprovado pela Superintendência-Geral do órgão. Tudo o que acontece na autarquia desde pelo menos 2 de julho está paralisado.

Peixe grande O caso mais grave afetado pelo impasse foi a compra da empresa de software Red Hat pela IBM por US$ 34 bilhões (aproximadamente R$ 132 bilhões no câmbio atual), uma megaoperação que, embora realizada globalmente, carece de autorizações de órgãos reguladores locais.

Paradeira Há outros importantes casos no forno, como a grande operação entre a Avon e a Natura, um acordo entre Ambev e Red Bull, transações como a da Claro com a Nextel, além de negócios envolvendo as varejistas Magazine Luiza e Netshoes.

Perdeu o gás Todos os acompanhamentos de casos já decididos pelo conselho ficam prejudicados. Entre as preocupações estão os acordos com a Petrobras para desinvestimento de refino e mercado de gás no país.

Operações impactadas pelo impasse no Cade

J&F Compra de 71,04% das ações da fintech PicPay pelo Banco Original Itaú Unibanco Aumento de participação na empresa de financiamento estudantil Pravaler Claro Compra da Nextel pela controladora da empresa, América Móvil, por cerca de R$ 3,47 bi  Ambev Acordo paradistribuir bebidas da Red Bull GE Joint venture da unidade de óleo e gáscom a Baker Hughes J. Macêdo Uso demarcas pertencentes à Moinho Sul Mineiro

Olho no lance O plano do Botafogo-SP de abrir capital e negociar ações em Bolsa até 2025 pode ser adiantado, segundo o presidente do conselho administrativo da equipe, Adalberto Baptista, cuja empresa é dona de 40% do time, que hoje é uma sociedade anônima de capital fechado.

Planejamento Quando investiu no time, Baptista previa levar o Botafogo de Ribeirão Preto da terceira divisão para a primeira em sete anos. Como a equipe conseguiu subir para a série B já no primeiro ano do projeto, é possível que ocorra uma antecipação, segundo o presidente.

Apito final “A ideia não é sair do investimento com o IPO [oferta pública de ações], mas ter uma parcela de retorno dos investidores que entraram no início. É possível que antecipemos, mas dificilmente antes de quatro ou cinco anos”, afirma o executivo.

Na bagagem A Missão China do governo de São Paulo e de 35 empresários que embarcaram para Pequim neste fim de semana terá uma agenda paralela de tecnologia. Um grupo de pouco mais de dez executivos vai visitar instalações da fabricante Huawei na quinta-feira (8).

Sem muralha A visita é aceno do governo paulista à gigante de telecomunicações no momento que antecipa o leilão de 5G no Brasil, em 2020. Nos EUA, o presidente Donald Trump colocou a empresa na rota de sua disputa comercial com a China, e tenta influenciar outros países na mesma linha. 

Alinhados O grupo de executivos também vai à sede da DiDi Chuxing, que é dona do maior aplicativo de transportes da China e também controla a brasileira 99 desde o ano passado.

Busca A Câmara de Comércio Árabe-Brasileira inaugurou uma campanha para elevar a adesão de empresas árabes. Está em conversas com cinco companhias, três delas no Catar. A entidade abriu em março seu primeiro escritório no exterior, em Dubai, e planeja filial no Egito.

Com Igor Utsumi e Paula Soprana

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