Ataque com drones atinge oleoduto saudita e amplia tensão no Oriente Médio
Duas estações de bombeamento de petróleo foram alvos de um ataque com drones nesta terça-feira (14) perto da capital saudita Riad, o que forçou a companhia Aramco a paralisar suas operações em um oleoduto, anunciou o ministro da Energia da Arábia Saudita, Khalid al-Falih.
Este é o segundo ataque relatado pela Arábia Saudita desde domingo, quando o país disse que dois navios petroleiros foram sabotados no Golfo Pérsico. Os Emirados Árabes também disseram terem sido alvo de ataques.
Segundo o governo saudita, as duas estações de bombeamento foram alvejadas pela manhã por drones armados, o que causou um incêndio e pequenos danos a uma estação.
O ataque aconteceu entre 6h00 e 6h30 (0h e 00h30 no horário de Brasília), de acordo com o ministro. O oleoduto afetado tem 1.200 km de extensão e capacidade de transportar o equivalente a 5 milhões de barris por dia.
As operações nele foram interrompidas temporariamente. Apesar disso, a exportação de petróleo saudita não serão afetadas, disse Falih.
A notícia do ataque levou a uma alta do preço do petróleo em 1,38%. O barril do tipo Brent era vendido a US$ 71,20 por volta das 11h em Londres (8h em Brasília).
"Esses ataques provam, uma vez mais, que é importante para nós enfrentar as entidades terroristas, incluindo as milícias huthis no Iêmen, que são apoiadas pelo Irã", afirmou o ministro saudita.
Mais cedo, a emissora de televisão Al-Massirah, controlada pelos rebeldes no Iêmen, informou sobre uma "importante operação militar" contra alvos sauditas com "a utilização de sete drones contra instalações vitais" do reino.
A Arábia Saudita intervém militarmente desde 2015 no conflito no Iêmen para ajudar no combate contra os rebeldes huthis, politicamente apoiados pelo Irã.
Os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita são aliados próximos dos Estados Unidos, que continuam a endurecer a postura contra Teerã, seja sobre a questão nuclear ou sobre suas "ações desestabilizadoras" no Oriente Médio.
Os EUA saíram no final de 2018 de um acordo nuclear com Teerã. Em abril, anunciaram a volta de sanções a países compradores de petróleo iraniano —o objetivo é pressionar a economia do regime.
No último domingo, misteriosos "atos de sabotagem" foram cometidos em quatro navios no Golfo, incluindo dois petroleiros sauditas, segundo as autoridades dos Emirados Árabes Unidos, país aliado de Riad e que faz parte da coalizão que atua no Iêmen. Os atos ocorreram na costa dos Emirados Árabes Unidos, perto de Fujairah.