Após uma semana de adiamento, Nigéria vota para presidente
Após uma semana de adiamento, a Nigéria, maior produtor de petróleo da África e dono da maior população do continente, vota neste sábado (23) para eleições presidenciais e legislativas, com uma disputa acirrada entre o presidente Muhammadu Buhari e seu principal opositor, Atiku Abubakar.
Os 120.000 locais de votação abriram as portas às 4h (horário de Brasília), mas em vários pontos o material eleitoral não estava pronto e as filas eram longas.
Mais de 72 milhões de nigerianos estão registrados para votar entre 73 candidatos a governar o país.
Os eleitores nigerianos também renovarão as 360 cadeiras da Câmara dos Deputados e as 109 do Senado.
Buhari, 76, foi um dos primeiros a votar em Daura, sua cidade natal.
“Até aqui tudo bem. Em breve vou comemorar a vitória. Serei o vencedor”, declarou.
Seu principal rival, Abubakar, 72, votou em Yola, em seu estado natal de Adamawa (nordeste).
O ex-general Buhari, do Congresso dos Progressistas (APC), que já havia governado o país em 1983, durante o período da ditadura militar, conserva um grande apoio na região norte do país, apesar do polêmico balanço econômico de sua gestão.
Abubakar, do Partido Popular Democrático (PDP), principal movimento de oposição, também nasceu na região norte do país e é muçulmano como o atual presidente.
O empresário milionário, alvo de suspeitas sobre a origem de sua fortuna, é o candidato das classes média e alta, mas estas tradicionalmente comparecem em pequeno número às urnas.
As eleições deveriam ter acontecido no dia 16 de fevereiro, mas a Comissão anunciou o adiamento poucas horas antes do início da votação por motivos logísticos.
Pouco antes da abertura das zonas eleitorais neste sábado vários foguetes foram lançados contra a cidade de Maiduguri, nordeste do país, um ataque que deixou um morto e 20 feridos.
Maiduguri é cenário frequente de ataques do movimento islamita Boko Haram, que anunciou o objetivo de perturbar a votação.
Para vencer a eleição, um candidato precisa, além da maioria dos votos, de pelo menos 25% dos dois terços dos 36 estados da federação e da capital federal, Abuja. Se isto não acontecer, haverá um segundo turno.