Após polêmica, musical sobre Ivone Lara anuncia substituta de Fabiana Cozza

A produção de “Dona Ivone Lara – Um Sorriso Negro – O Musical!” anunciou a atriz Fernanda Jacob, 28, como substituta da atriz e cantora Fabiana Cozza, que há um mês renunciou ao papel da sambista devido a críticas de que seria "branca demais" para interpretá-la.

Jacob foi convidada pelo produtor Jô Santana e irá dividir o papel com Dandara Mariana, 30, e Heloísa Jorge, 34 —estas já haviam sido selecionadas por audições. Cada uma irá interpretar uma fase da vida de Dona Ivone Lara: a juventude (Mariana), o início da vida adulta (Jorge) e a carreira a partir dos anos 70 (Jacob).

ENTENDA O CASO

Foi a própria família da sambista, morta em abril passado, aos 96, quem havia indicado o nome de Cozza à produção do musical, que tem previsão de estreia em setembro no Teatro Carlos Gomes, no Rio. A divulgação do elenco foi feita no dia 30/5.

Cozza foi alvo de críticas, muitas vindas do movimento negro, de que seria “branca demais” para viver Dona Ivone e renunciou ao papel.

Ela publicou em suas redes sociais uma carta de renúncia ao papel na qual diz "ter dormido negra numa terça-feira e numa quarta, após o anúncio do meu nome como protagonista do musical, acordar 'branca' aos olhos de tantos irmãos".

"Renuncio porque falar de racismo no Brasil virou papo de gente 'politicamente correta'. E eu sou o avesso. Minha humanidade dói fundo porque muitas me atravessam. Muitos são os que gravam o meu corpo. Todas são as minhas memórias", afirmou.

Filha de pai negro (Osvaldo dos Santos, puxador da escola de samba Camisa Verde e Branco) e mãe branca, a paulistana Cozza, 42, é grande conhecedora do repertório de Ivone Lara. 

Já em seu segundo álbum, “Quando o Céu Clarear” (2007), gravou “Doces Recordações”, composição de Ivone Lara e Délcio Carvalho, e “Tendência”, parceria de Jorge Aragão com a sambista —que chegou a participar de alguns shows com a paulistana.

“Dona Ivone Lara – Um Sorriso Negro – O Musical!” tem dramaturgia e direção de Elísio Lopes Jr. e direção musical de Rildo Hora , acompanhado de Jarbas Bitencourt e Guilherme Terra, maestro do musical.

O espetáculo foi idealizado por Jô Santana dentro de um projeto em homenagem a nomes do samba, que já deu origem a “Cartola, O Mundo É um Moinho” (2016) e também deve contar com uma produção sobre Martinho da Vila.

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