Acordo prevê que Boeing pague US$ 3,8 bi à Embraer para ter 80% de nova empresa

A Boeing propôs pagar US$ 3,8 bilhões (R$ 14,8 bilhões) à Embraer para ter 80% da nova empresa que deve ser criada caso o acordo entre as duas companhias seja aprovado.

Em memorando de entendimento divulgado nesta quinta-feira (5), as empresas afirmam que a transação avalia em US$ 4,75 bilhões (R$ 18,6 bilhões) a totalidade das operações e serviços de aviação comercial da companhia brasileira, que ficaria com 20% da joint venture.

A divisão militar da brasileira, assim como a de serviços e a de aviação executiva, permanecerão no âmbito da “velha Embraer” 100% nacional.

Boeing e Embraer ainda irão finalizar os detalhes da parceria pelos próximos meses. Depois, o acordo depende de aprovações regulatórias e acionistas, incluindo o governo brasileiro, que deu aval na quarta-feira (5) para o prosseguimento do acordo entre as empresas.

A previsão é que a transação seja concluída até o fim de 2019.

"A expectativa é que a parceria proposta seja contabilizada nos resultados da Boeing por ação, no início de 2020, e gere sinergia anual de custos estimada de cerca de US$ 150 milhões [R$ 585,8 milhões] —antes de impostos— até o terceiro ano", diz o comunicado conjunto.

"Ao formarmos essa parceria estratégica, estaremos muito bem preparados para gerar valor significativo para os clientes, empregados e acionistas de ambas as empresas —e para o Brasil e os Estados Unidos", disse, em nota, Dennis Muilenburg, presidente, diretor-executivo e presidente do conselho da Boeing.

Paulo Cesar de Souza e Silva, presidente-executivo da Embraer, disse que o acordo com a americana vai criar "a mais importante parceria estratégica da indústria aeroespacial".

“A combinação de negócios com a Boeing deverá gerar um novo ciclo virtuoso para a indústria aeroespacial brasileira, com maior potencial de vendas, aumento de produção, geração de emprego e renda, investimentos e exportações, agregando maior valor para clientes, acionistas e empregados”.

Equipe

As companhias afirmam que, se o negócio for aprovado, a joint venture na aviação comercial será liderada por uma equipe de executivos sediada no Brasil, incluindo um presidente e diretor-executivo, enquanto a Boeing terá o controle operacional e de gestão.

A joint venture, ainda segundo o comunicado, "será um centro de excelência da Boeing para o desenvolvimento de projetos, a fabricação e manutenção de aeronaves comerciais de passageiros e será totalmente integrada à cadeia geral de produção" da empresa.

"A Boeing e a joint venture estarão aptas a oferecer uma linha abrangente e complementar de aeronaves de passageiros de 70 a mais de 450 assentos, além de aviões de carga, oferecendo produtos e serviços do mais alto nível para melhor atender uma base global de clientes", diz a nota.

As companhias destacam que uma outra joint venture será criada para promover e desenvolver novos mercados e aplicações para produtos e serviços de defesa, em especial o cargueiro KC-390, da Embraer.
 
“Os investimentos conjuntos na comercialização global do KC-390, assim como uma série de acordos específicos nas áreas de engenharia, pesquisa e desenvolvimento e cadeia de suprimentos, ampliarão os benefícios mútuos e aumentarão ainda mais a competitividade da Boeing e da Embraer”, disse, em nota, Nelson Salgado, vice-presidente executivo financeiro e de relações com investidores da Embraer.

A transação não deve ter impacto nas projeções financeiras da Boeing e da Embraer para 2018.

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