Acabou o voto de cabresto na ONU, afirma Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que seu governo pôs fim ao "voto de cabresto" ao se referir à participação do Brasil nas votações do Conselho de Direitos Humanos na ONU, durante uma transmissão em suas redes sociais nesta quinta-feira (11).

O país passou a votar "na mesma sintonia" de Israel e Estados Unidos, segundo o presidente, pondo fim à prática de votar junto com "Venezuela, Irã e Cuba, países que não têm apreço pela liberdade".  

Tradicionalmente, em consultas na ONU que envolvem territórios disputados por palestinos ou as colinas de Golã, o representante brasileiro costumava se abster ou votar contra a posição israelense.

O aceno a Israel ocorre um dia depois de o presidente participar de um jantar com representantes de 36 países árabes e de maioria muçulmana.

O evento, organizado pelo ministério da Agricultura e pela CNA (Confederação Nacional da Agricultura), buscava amenizar tensões com o grupo de países, que tem reagido negativamente à aproximação do Brasil a Israel.

Durante sua passagem pelo país, em março, Bolsonaro fez diversas manifestações pró-Israel e visitou o Muro das Lamentações ao lado do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, numa agenda que irritou os palestinos. ​ 

Bolsonaro prometeu em sua campanha transferir a embaixada de Tel Aviv para Jerusalém, como fez Donald Trump na presidência dos Estados Unidos. A medida também desagradou a comunidade árabe, que apoia a reivindicação palestina de ter a cidade como a capital de um futuro Estado. 

O governo anunciou, durante a viagem, a abertura de um escritório comercial na cidade —um recuo em relação aos planos originais. 

 

De acordo com dados divulgados pela CNA, os países islâmicos ocupam o terceiro lugar entre os importadores de produtos do agronegócio brasileiro. As exportações brasileiras para a região somaram US$ 16,4 bilhões em 2018.

O presidente também comemorou a vitória de Netanyahu nas eleições realizadas nesta semana.

"Nossa passagem por Israel deu sorte", disse Bolsonaro. "Netanyahu, seu partido teve uma bancada bastante numerosa e, com toda certeza, em função disso, ele continuará sendo primeiro-ministro".

O presidente lamentou não poder comparecer à posse de Netanyahu como premiê, que ainda depende da formação de uma maioria parlamentar. "É um pouquinho longe", justificou. 

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